ESTUPIDEZ HUMANA NÃO TEM LIMITE

ESTUPIDEZ HUMANA NÃO TEM LIMITE

 

O físico alemão que desenvolveu a teoria da relatividade, Albert Einstein, confirmou que apenas duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Como se não bastasse, nossa juventude tenta provar, com seus absurdos intolerantes, sua capacidade para valorizar a idiotice. Agora em alta, o “desafio da canela” virou febre entre os jovens na internet. É uma brincadeira que consiste em engolir uma colher de sopa de pó de canela e inalar esse pó por cerca de um minuto.
Não é de hoje que especialistas vêm advertindo sobre o perigo dessa brincadeira para a saúde, pelo fato de a canela ser um pó cáustico, composto de fibras de celulose, biorresistentes, que não se dissolvem e nem se degradam nos pulmões. Quando inalado, o pó pode causar lesões graves na elasticidade dos pulmões e provocar, inclusive, fibrose pulmonar, ou seja, a perda na capacidade dos pulmões de transferir oxigênio para a corrente sanguínea.
Vídeos na internet mostram a impossibilidade do pó de canela ser ingerido. Quem tenta logo engúia, põe para fora imediatamente, com possibilidade de o pó ser aspirado, e as conseqüências são inflamações pulmonares, pneumonias ou crises de asma. Como afirmam os médicos, é uma brincadeira que pode resultar em seqüelas pulmonares irreversíveis. Portanto, o desafio da canela tem altas probabilidades de fazer mal aos pulmões e a moçada que curte essa brincadeira, apesar das insistentes advertências, resolve ignorar o risco de vida, ou seja, a possível perda de sua vida. 
Como brincadeira não tem limite, a garotada resolveu experimentar novo tipo de diversão: encher a cara, bebendo vodka através do glóbulo ocular, que passou a ser conhecida por “vodka eyeballing”. Preocupados com a vida desses jovens, oftalmologistas advertem que jogar vodca no olho pode gerar inflamação na retina, conjuntivite, perda parcial da visão e cegueira total. É uma brincadeira não recomendável, pois os efeitos são uma sensação de sabão dentro do olho para o resto da vida.
Uma estudante universitária de Campinas, atraída pelas mostras de adolescentes americanos pelo YouTube, resolveu curtir uma noitada com os amigos à base de vodka nos olhos, com aplicação de várias gotas no olho esquerdo, usando uma colher. No dia seguinte, começou a sentir forte sensação de ardência, parecia que havia areia nos olhos, e ambos estavam extremamente vermelhos. Ela acompanhou os pais ao médico, e a história foi que tinha espirrado bebida nos seus olhos, mas os exames diagnosticaram perda total de visão no olho esquerdo pela perfuração na córnea, e que só lhe tinha restado 20 por cento de visão no olho direito. Diante da sentença, a garota confessou o experimento e, para recuperar a visão, teve que entrar na fila do transplante para ganhar novas córneas.
O médico oftalmologista Cláudio Lottenberg, um dos mais respeitados do Brasil e do mundo, explica que a bebida alcoólica nos olhos atua sobre o sistema nervoso central, causando estado de euforia que tira a pessoa de seu grau de comportamento normal, pela perda da sensibilidade. Como resultado, a pessoa fica mais tolerante à dor e cria a sensação de acelerar os efeitos da bebida. 
Cláudio esclarece que a superfície externa ocular “é revestida por um tecido chamado conjuntiva e que na região próxima à córnea apresenta um tipo de célula vital para a transparência corneana. É da transparência da córnea que depende grande parte da visão. Uma vez colocado bebida alcoólica em contato com a conjuntiva (com estas células), pela mudança de ph ocorre uma queimadura, que pode provocar lesões leves ou graves”. Lesionadas, as conseqüências podem ser mais danosas, pois, a transparência da córnea fica gravemente comprometida, exigindo o urgente transplante de córnea.
Portanto, fica evidente que, qualquer substância alcoólica que atinja os olhos pode ser altamente nociva à visão. Na dúvida, a orientação, num primeiro momento, é a de lavar com bastante água natural. Se os sintomas evoluírem, o paciente deve ser encaminhado com urgência ao médico especialista. 
É preciso refletir sobre a problemática da violência e intolerância entre jovens e seus reflexos na família, na escola e na sociedade. Essas práticas são cada vez mais comuns e as conseqüências são devastadoras. Pode ser difícil, mas acredita-se que família e escola podem intervir para mudar esta infeliz realidade.

POR: GARCIA NETO

Crie um site grátis Webnode