EDUCAÇÃO BRASILEIRA SEM PADRÃO CURRICULAR

EDUCAÇÃO BRASILEIRA SEM PADRÃO CURRICULAR

 

O avanço do ensino público no Brasil continua patinando na incompetência das nossas autoridades. Desde que entrou em vigor, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) continua sendo apenas uma referência para as diretrizes e bases da educação, não teve muitos avanços e nem apresentou, até agora, um padrão de ensino capaz de superar as expectativas da aplicação de políticas públicas que apresentem algo de concreto no dia-dia do aluno.
O que se pretende é um novo currículo, avançado, com a perspectiva de preparar crianças e jovens para se tornarem cidadãos responsáveis e ativos. Do jeito que está não pode continuar. Percebe-se que, nas escolas particulares, alunos de 5-6 anos de idade mostram-se alfabetizados e no final do 1º período já podem ler e apresentam uma boa articulação das palavras, enquanto no ensino público a alfabetização pode ir até os 8 anos de idade e não sabem ler absolutamente nada.
Isso é um retrocesso e, ao mesmo tempo, uma preocupação de todos. Quem não lembra, no final dos anos de 1980, as crianças do 1º ano já sabiam ler e mostravam-se capazes de problematizar alguns temas propostos por eles mesmos. Para os dias atuais, o certo é os alunos do final do 1º ano já estar lendo e no 3º ano já ter acesso ao currículo múltiplo diversificado. Em países europeus, instituições continuam debatendo um ensino mais rígido e no Brasil ainda se debate muito o etéreo, coisa sem pé nem cabeça.
Quando ministro da Educação, o agora prefeito da cidade de São Paulo/SP, o petista Fernando Hadad não conseguiu compreender que padrão de educação é garantia do cidadão, é obrigatório e institucional. Educação, enquanto serviço público essencial tem que ter investimento pesado, maciço, para tirar o país do atraso cultural. Enfim, o atual ministro Aloízio Mercadante, também do PT, poderia avançar nas conversações e olhar as outras referências internacionais para entrar em linha com países que priorizam a educação.
É preciso afastar essa ideologia que prega que temos que ficar isolados, isolados nas características culturais brasileiras e não fazer um currículo que converge para os países desenvolvidos. Exemplo evidente é Portugal, que tinha essa mesma característica de isolamento, porque achava que sabia menos, e não é nada disso. Ou a gente sai desse atraso aumentando a capacidade de inovação e conhecimento do nosso país ou a gente nunca vai sair de nossas dificuldades econômicas.
Penso que a criança a partir do 1º ano já possa se expressar de maneira correta, mostrando uma boa articulação das palavras e usando vocabulário adequado ao tema. Terminando a 4ª série, ela terá que estar fazendo perguntas sobre apresentação de trabalho do colega, fazendo a interação, a comunicação e uma apresentação de, pelo menos, 3 minutos de um tema que já foi combinado antes. Portanto, deve estar fazendo pequenos discursos com intenção de persuadir.
A culpa para a escola estar no estado em que está não é dos alunos nem dos pais e tampouco dos professores. É do sistema, que ainda não soube construiu conceitos capazes de desenvolver estratégias curriculares inovadoras para garantir um novo modelo padrão de educação para a cidadania.
 

POR: GARCIA NETO

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